23 O Quinto Andar
23 O Quinto Andar A ida para o quinto andar me assustou, não só pelo tamanho e pela disposição, mas por saber que eu seria apenas mais um naquele universo de lesados medulares que menoscabam o destino. E isso era o que mais me amedrontava. O andar estava dividido em duas alas: uma masculina e a outra, feminina. Eu soube logo ao chegar que, por terem normalmente mulheres acompanhando os pacientes dos quartos, nossas atividades diárias deveriam ser feitas na ala feminina. O que separava as duas alas, conferindo mais privacidade para cada uma, era um corredor cumprido cercado de janelões arredondados de concreto e vidro, dispostos lado a lado. Nessa área, aparentemente desperdiçada, ao longo do trecho médio do corredor, ficavam as suítes para que aqueles pacientes mais dependentes de maiores cuidados e mais atenções pudessem ficar com seus familiares. Um deles estava reservado para mim. Quando entrei, a primeira coisa que fiz foi observar o banheiro em seu espaço e se era